1 de junho de 2009

"Cortinas Sociais"


À velocidade que corre o dia-a-dia raras são as vezes que paramos para reflectir sobre nós…Falo por mim, passam dias, semanas que não paro por um minuto sequer para fazer um pequena introspecção e tentar perceber o que realmente penso ou sinto!
Na maioria das vezes apenas paro para pensar na vida quando algo corre mal, quando me sinto frágil.
E é nesse momento em que tiro a máscara, desfaço o boneco sorridente e simpático que montei, olho à volta e percebo a quantidade de bonecos sorridentes, de máscaras que vagueiam por ai.
Penso para mim: Chega de máscaras, de bonecos! Quero ser verdadeiro, genuíno se estou mal, estou mal e pronto! Logo a seguir: O que terão as outras pessoas a ver com a minha disposição?! Nada… Mas é por elas não terem nada a ver com esse momento menos bom que tenho de meter a máscara e sorrir?
Tenta fazer a experiência. Tira a máscara. O resultado será com toda a certeza o mais óbvio, do outro lado as pessoas retiraram as suas máscaras. E nesse preciso momento vai dar uma enorme vontade de sorrir, mas ao primeiro sorriso apenas de celebração, os outros voltam a meter a máscara e a montar o boneco. E lá continuamos nós naquilo a que eu chamo “cortina social de protecção”. Que nos torna mais sociáveis é certo, e ao mesmo tempo menos verdadeiros, mais hipócritas… Enfim, a necessidade de agradar aos outros torna-se mais importante que agradar a nós próprios. Somos então, apenas meros escravos das nossas relações sociais, das máscaras que usamos, dos bonecos que nós próprios montámos.
Haverá espaço para pessoas realmente genuínas viverem naquilo a que nós chamamos sociedade?