27 de junho de 2009

A Unique Selling Proposition ainda fará sentido?

Muitas são as teorias de que o futuro do marketing e da comunicação é a internet. A grande maioria dos chamados "gurus" do marketing afirma que a tendência será os canais de comunicação que até aqui chamávamos de mass media deixarem de ser o principal veículo de comunicação das marcas.
Muitos são os que afirmam e reafirmam a convicção de que a internet será a principal plataforma de negócio do futuro
Na minha óptica, a internet é mesmo a plataforma de negócio do futuro, mas mais importante do que todo o potencial sobejamente conhecido da internet e dos novos meios de comunicação em termos de interactividade, será a forma como a web permite a pessoas e a organizações estarem ligadas 24 horas por dia. Que a internet facilita a interacção entre os agentes do processo de compra, que o pode tornar mais curto, mais rápido e mais eficiente é inegável mas no fundo não altera de facto a essência do negócio.
Aquilo que nos próximos será a chave da revolução do marketing não é a interactividade e o tão falado marketing relacional.
O factor conectividade será o responsável pelas principais mudanças na maneira como as organizações se relacionam com os clientes. Os clientes a partir de agora estão ligados entre si 24 horas por dia, estão mais informados do que nunca, conhecem preços, características dos produtos, trocam opiniões, no fundo geram milhares de informações às quais as empresas de hoje têm de ter especial atenção. O cliente de hoje começa a perceber que tem mais poder e esse poder resulta da quantidade de informação que dispõe.
Hoje torna-se cada vez mais difícil construir uma Unique Selling Proposition, a quantidade de concorrentes, produtos substitutos e valores emocionais ligados às organizações é tão vasto que se torna quase impossível construir uma oferta verdadeiramente diferenciada.
A tão anunciada revolução que a internet promove no marketing é então muito mais uma mudança sociológica do que tecnológica, já não chega promover ligações emocionais entre a organização e o seus clientes, muito menos promover a qualidade, há que oferecer aos clientes propostas de comportamento diferenciadas. É inegavelmente mais difícil construir uma estratégia assente em comportamentos assim como também é inegável que se a estratégia for bem sucedida acabamos por promover ligações emocionais muito mais fortes e sobretudo muito mais duradouras. Passamos a ter um Unique Behaviour Proposition em vez de termos uma Unique Selling Proposition.

No vídeo abaixo a agência Leo Burnett apresenta uma proposta sobre a nova forma de ver o marketing relacional (Human Kind) que no fundo resume muito do que é a minha visão em relação ao marketing do futuro.