3 de março de 2008

Esquerda Laranja?! A contradição.

Resultado Legislativo de Fevereiro de 2005: partido político com mais deputados no parlamento Partido Socialista (121) o que resulta na 10ª Legislatura da Republica Portuguesa. Líder do PS: "Engº" S(alazar)OCRATES respectivo 1º ministro de Portugal.
Deixa ver se percebo, 121 deputados PS significa maioria absoluta de um partido de esquerda. Este tal partido de esquerda assenta em valores como a coesão social, liberdade democrática e a defesa do trabalhador, certo é que a maioria das ideologias centrais são esquecidas facilmente e raramente são usadas durante a governação. Todos os apertos a que a classe média portuguesa foi sujeita desde 2005, o foço cavado entre ricos e pobres, as constantes pressões políticas à comunicação social estão em completo "sentido oposto".
Aceito o argumento de que o desenvolvimento do país foi fortemente condicionado por ser dos últimos da Europa a sair da ditadura. Compreendo as dificuldades vividas por governadores de um país há muito mal gerido, sustentado numa democracia de compadrios e em que os financiamentos europeus simplesmente desaparecem em piscinas e carros de luxo. Agora o que não posso e sobretudo, não consigo aceitar é que se resolvam os problemas deste "paíszeco" mais perto do 3º mundo do que das grandes economias mundiais de forma autoritária, sem ouvir propostas ou ouvindo mas desvalorizando-as. Mais, não consigo aceitar a constante propaganda de que somos alvo, e que nos deixa todos os dias menos confiantes e intimidados face ao futuro. Não compreendo que num país governado por um partido de esquerda se esqueçam todos os princípios em função da estabilidade económica.
Sabendo que o partido político não tem absolutamente relação nenhuma com a presidência da república, não posso deixar de reparar na constante postura socialista do nosso Presidente. No constante aviso sobre a coesão social que Cavaco faz nas suas intervenções, no fundo a extrema preocupação acerca do autoritarismo desta maioria absoluta.
Ora temos um governo de esquerda autoritário e um presidente da república ligado a um partido de direita com intervenções claramente esquerdistas, como é exemplo a última mensagem de ano novo.
Esquerda Laranja vai de encontro a estes "simples" factos, a estas complexas contradições em que o nosso país se encontra.